O blog é quase como uma válvula de escape..
Primeiramente gostaria de demonstrar o meu repúdio para o sistema de feeds que, sim, facilita horrores a vida do nerd feliz. Mas meu blog/flickr/enfim.. que já era pouco movimentado.. fica menos movimentado ainda. Eu sei que tem gente que lê isso aqui. Mas ninguém comenta! =p
diego carente mode= off.
É sempre difícil começar um post que talvez comece a ficar piegas demais. As coisas acontecem, os movimentos surgem.. e vão. E eu ali, parado. No meio do carnaval. Com uma máscara (colorida) e uma camisa (xadrez). Complexo. Mas ninguém nota. Aqui, no meio da multidão, posso compreender o porque é tão fácil gostar de carnaval, ou de qualquer outra festa. Todos têm as suas válvulas de escape para as obrigações da vida de adulto. Mas eu gostaria de entender até onde esses sorrisos e gritos eufóricos são verdadeiros. Estou espremido aqui no meio, quase invisível. Apenas observo. Máscaras, máscaras. Algumas vezes plumas, mas sempre máscaras. Necessidade de esconder dos outros algo, e de sorrir mesmo sem vontade, em uma falsa tentativa de mentir para si mesmos. Não os critico pois estou eu, aqui, com minha máscara. Mas ela não tem sorriso. Sequer tem expressões. Apenas dois furos para que eu possa enxergar. Deve ser por isto que ninguém vem falar comigo neste baile. Um lunático, alguns me classificam. E ali vem o palhaço, de amarelo - recordo a minha infância. Uma das histórias que vão ficar para sempre na minha memória eu ouvi quando tinha uns 7 anos. Talvez menos, mas quando somos criança a idade não importa tanto. Estávamos eu e minha família - mãe, pai e irmã - em um circo que se apresentava em uma cidade vizinha. Mágicos, equilibristas, palhaços, leões, ... Palhaços, como sempre, fazendo suas piadas com seus rostos pintados, e fazendo a platéia ter acessos de riso simultâneos. O espetáculo acaba, e nós esperamos a grande massa sair para não pegar empurra-empurra na saída. O circo quase vazio e nos dirigimos à saída, onde há um homem parado, com um olhar parado em algum ponto que só ele conseguia ver. Cabisbaixo, olhar sem brilho e uma expressão cansada e triste. Alguns passos a frente e eu posso o reconhecer. É um dos palhaços que há pouco fazia todos rirem, e ria junto. Eu olho para a minha mãe e comento "é o palhaço.. como ele está triste..". E então minha mãe profere uma frase que ficará eternamente guardada em minha memória: "por trás de toda a máscara de um palhaço, existe uma pessoa que tenta esconder as suas dores". Momento 'choque'. Calo-me e seguimos nosso caminho até o carro. Aquela imagem e aquela frase nunca saíram da minha cabeça. E vieram fortes agora, quando vi este palhaço amarelo. Cada um com sua válvula de escape. Amanhã o carnaval acaba. E só restarão as cinzas.
*a história do circo e da frase da minha mãe é real. A frase não foi exatamente esta, mas algo que se assemelha.
Gostaria de entender tanta coisa. Minhas perguntas parecem ser tão simples. Estou cansado. Fins de semestre são sempre assim. Não tenho mais tempo para pensar em mim. Meus sonhos se perderam em algum lugar que eu estou com dificuldade de lembrar.. O que me fazia voar eu não sei onde está. Saudades, saudades. Saudade dos tempos não-idos.
Elliot Smith - waltz #2.
25 de jul. de 2007
Síndomes do incompreensível
Postado por diego w. às 18:37
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2 comentários:
é quase uma válvula...? o meu é exatamente.
gostei da história dos palhaços. e até hoje eu me culpo por quando criança gostar um pouquinho de animais em circo.
perguntas? "quando acaba a dúvida vem a estupidez"...
she appears composed, so she is, i suppose
who can really tell?
she shows no emotion at all
stares into space like a dead china doll
já me senti muitas vezes assim. bom saber que não sou só eu. :)
tell mr. man with impossible plans to just leave me alone
in the place where i make no mistakes
in the place where i have what it takes
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