14 de jun. de 2024

Entre amores vãos e vis (ou A eterna incompletude do sonhador)

 

As espirais da existência nos fazem transitar por lestes e oestes, por cimas e baixos, entre encontros e desencontros. Por vezes, um emaranhado de nós que envolve, amarra e, com uma certa frequência, prende. Mesclando nossas vidas a um conto de Caio F. Abreu, ou a um poema de Augusto dos Anjos, ou talvez algo mais feliz, mas desses desconheço exemplos. Dizem que esses últimos soltam os nós, porém creio que a melancolia é onde a minha alma se sente mais liberta. É na tristeza e na solidão do vagar que meu espírito encontra a crudeza de encarar realidades cada vez mais vãs e vis.

Vão-se os sujeitos, quedam-se os sentimentos. Vim-me ao meu encontro, após alguns anos vagando pela existência, apenas vagando e amargando o fel de insistir em ser um sonhador. “Um sonhador tão desesperançoso?”, perguntaria algum desavisado. Um sonhador de pesadelos, ou um sonhador incompleto, eu responderia. Ao sonhador completo, lhe surge a esperança no horizonte, é o óleo que permite o movimento de suas engrenagens, é o combustível que permite a ignição de seus passos e a carburação de seus pensamentos. Confesso, de fundo, que todo sonhador incompleto almeja por essa sensação, mas vive em um eterno crepúsculo austral no auge do inverno. A luz da esperança está lá, tímida, longe, fria, inalcançável. Ele sonha com o dia longínquo em que a noite polar terá seu fim, mas é como se cada passo em sua direção se transformasse em dois passos em sentido oposto, e no polo afasta-se cada vez mais daquilo que outrora ousou sonhar com esperanças. E, com engrenagens sem óleo, sem o combustível e sem a capacidade de promover a reação química necessária ao seu movimento, lá se esconde e revive, estanque, o seu dia da marmota.

Nenhum sonhador quer ser incompleto, nem mesmo os sonhadores de pesadelos. Na ausência de uma reação química cerebral neurotípica, ocultam-se de suas próprias misérias em músicas, tragos de vinho, na solidão dos seus pensamentos e nos vãos delírios ocasionados pelo excesso de inquietudes, que experimentam possibilidades várias e, em sua grande maioria, inócuas. Às vezes, a música acaba, os ruídos da rua e da vida invadem a mente, trazendo epifanias que levam a algum lugar. Ou a lugar algum. Mas a busca pela esperança é do tipo incansável. O amor é uma eterna luta de classes, e mesmo os sonhadores incompletos almejam a sua conquista, como eternos bolchevistas dos sentimentos. O amor, imaginam, é uma fonte de esperança.

Me pergunto se o amor não possa ser, talvez, uma questão de semiologia. E a gente confunde os significantes com os significados. O ser com a negação do ser. O desamor como consequência do não-amor. Ou, para utilizar outra vertente, as primeiridades incompletas com as terceiridades cheias de elementos complexos que só quem as vivenciou pode compreender. Cremos saber os significados enquanto estamos perdidos nos significantes, e viver na terceiridade enquanto mal identificamos os ícones, índices e símbolos que ele oculta.

E assim vou vivendo. Tentando compreender, ressignificar, reinterpretar, nos equilíbrios e desequilíbrios das euforias e disforias, interoceptividades e exteroceptividades, analisando os contratos, competências e performances, buscando entender onde se oculta a sanção. Na construção de uma sequência narrativa que, espero, um dia será canônica. Enquanto isso, tal como Caio F. Abreu, me alimento de “dois ou três almoços, uns silêncios”. E, tal qual ele, “[...] quase paro de sentir fome”.

Diego Windmöller

14/06/2024

12 de mai. de 2010

sonhos

essa noite tive um dos sonhos mais incríveis..

eu segurava uma criança no meu colo. Uma guriazinha, cabelos cacheadinhos, ruivinha. Ela era coisa mais linda, tava toda arrumadinha. Tinha uma aura na volta dela que brilhava muito, e ela sorria.
Apesar de ser um bebê, porém, ela era inteligente. Já conversava, se comunicava comigo. Eu ensinava coisas pra ela, e ela me ensinava outras. Eu brincava com ela, ela sorria. Erguia ela bem pro alto e via aquele sorrisão.

Chovia muito, caminhávamos por uma rua que parecia a Álvaro Chaves, ou alguma rua dessas da zona do Porto. Mas eu e ela não nos molhávamos. Havia mais duas pessoas com a gente, mas atravessamos a rua e as deixamos para trás. Engraçado que essas pessoas estavam se molhando bastante. A rua do outro lado começou a alagar, tinha uma água barrenta que corria em correnteza. Do nosso lado, a água era mais limpa, mais calma e em menor quantidade. Aí fiquei pulando as poças, pra diversão da criança no meu colo. E era engraçado, que mesmo quando eu pisava na água, não molhava os pés.

O engraçado de tudo é que já ouvi relatos de algumas pessoas que sonham comigo segurando uma criança no colo.

Acabo de jogar I Ching. O resultado foi praticamente uma interpretação prática desse sonho.

3 de dez. de 2009

da série: "textos que falam por mim", ou "meu pensamento traduzido por outro".

O que você pode aprender com a solidão

(por Marcos Bueno)


Solidão é a arte do encontro com o vazio existencial. Esse vazio tem duplo sentido. Um é o da existência, da busca de um significado metafísico; o outro é o da ausência, da perda de algo importante. A liberdade é uma descoberta solitária e por isso muitos tentam evitá-la.

A solidão é um sentimento que gera angústia e que nos coloca diante de um portal em um mundo interior onde a chave é o sentido do mundo, o porquê das coisas, as perguntas que fazemos e para as quais não encontramos respostas. A solidão também pode ser uma experiência de transcendência. Em seu livro sobre a Escola da Ponte, de Portugal, o escritor Rubem Alves cita que os mestres zen não pretendiam ensinar coisa alguma na forma como entendemos na educação ocidental. O que desejavam era levar seus discípulos a “desaprender” o que sabiam, a ficar livres de qualquer filosofia. Talvez precisemos também desaprender e permitir despertar a lucidez na solidão.

Tudo na vida é um processo de nível de aprendizado, isto é, do interior para o exterior. O psiquiatra Viktor Frankl, criador da logoterapia, ou a terapia do sentido existencial, da esperança, desenvolveu esse método de tratamento nos porões do holocausto nazista em meio à dor, ao sofrimento, à solidão e à morte. A solidão, assim como a doença, pode ser um caminho amadurecido para uma vida melhor. É preciso termos a coragem de aprender com ela e não apenas rejeitá-la. Rejeitar nossa solidão é o mesmo que rejeitar nossos defeitos, nossas misérias humanas. É como se não falássemos em doença e a doença deixasse de existir. Há pessoas que fazem de tudo para evitar falar sobre a solidão, sobre a doença, sobre as misérias humanas. No fundo, é apenas uma tentativa de se evitar o contato com a realidade.

O que é solidão? O psicólogo existencial Jadir Lessa cita o seguinte: “O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) afirma em Ser e Tempo que estar só é a condição original de todo ser humano. Que cada um de nós é só no mundo. É como se o nascimento fosse uma espécie de lançamento da pessoa à sua própria sorte. Podemos nos conformar com isso ou não. Mas nos distinguimos uns dos outros pela maneira como lidamos com a solidão e com o sentimento de liberdade ou de abandono que dela decorre, dependendo do modo como interpretamos a origem de nossa existência. O homem se torna autêntico quando aceita a solidão como o preço da sua própria liberdade. E se torna inautêntico quando interpreta a solidão como abandono, como uma espécie de desconsideração de Deus ou da vida em relação a ele. Com isso abre mão de sua própria existência, tornando-se um estranho para si mesmo, colocando-se a serviço dos outros e diluindo-se no impessoal. Permanece na vida sendo um coadjuvante em sua própria história.”

O ser autêntico é aquele que responde pela sua vida, o ator principal, o arquiteto de sua própria obra-prima, de sua vida.

O psicoterapeuta Flávio Gikovate cita que a solidão é boa, que ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são como ficar sozinho: ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo.

Dedique um breve instante a fechar os olhos, abrir seu coração e sentir todo o amor que vem de dentro dele, no seu silêncio natural e saudável. Cuide de você.

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[original aqui]

14 de out. de 2009

les temps sont durs pour les rêveurs.

melhor frase, de um dos melhores filmes..

12 de out. de 2009

A vida é um jogo engraçado.
Quanto mais tu tenta provar a si mesmo que és dependente, mais ela te joga na cara que não.
Quanto mais tu tenta provar a si que teus vícios não te afetam, mais ela prova que não.
Quanto mais invulnerável que tu tenta parecer ser, mais lá vem ela e te joga na cara certas coisas que te fazem repensar em tudo.

Essas são as regras. Os dados, quem joga, é o Sr. Kronos, deus do tempo. Ele, na verdade, não precisaria jogar os dados - sabe dos resultados. Joga apenas por convenção. Ou, pra que a gente possa se conformar que as regras estão sendo justas e que tudo não é obra apenas do acaso.

E o caminho, embora pareça traçado, sempre somos nós quem escolhemos. É a nossa parte, a justa parte para que não nos sintamos injustiçados com as coisas que acontecem. Esquerda, direita.. ou apenas frente. Se olhar pra trás, tem que voltar algumas casas (aquela para a qual estavas olhando) - traumas a curar. Se o passado não te afeta, não tens porque olhar pra ele. Aí é retomar o caminho. O engraçado é que o tabuleiro se modifica, a partir desse momento. Porque nunca podes voltar, só recomeçar. Logo, continuas na mesma posição, mas o caminho na tua frente se rearranja. Tudo se apaga e tenta reescrever-se de uma forma semelhante ao que enxergaste no momento que olhaste para trás. Até não sentires necessidade de olhar. Aí Sr. Kronos decide quantas rodadas ficas sem jogar, ou quantas casas vais andar até chegar novamente ao ponto crucial. Nele haverá uma divisão estranha, e tudo depende do tempo e do modo que levaste para percorrer novamente este caminho. Na verdade, tudo parece ser dividido em duas partes e de fato é uma só. Ah, olhar pra frente é complicado, porque tudo é ilusão, a não ser o ponto onde estás, e o caminho que percorreste. É bom sempre levar um papel e uma caneta junto, pra anotar as decisões anteriores sem precisar olhar pra trás. E, claro, dessas decisões, só podes anotar o que deu certo. Esse é o aprendizado que o jogo dá. Como a lição de moral no fim dos filmes. Nas existências, vamos percorrendo diferentes tabuleiros. Tudo depende do anterior. Até chegarmos ao final, que, na verdade, não existe definidamente. Tudo depende de como jogamos o jogo anterior. Da nossa capacidade de curar os traumas, da nossa capacidade de aprender com o passado pra podermos construir o caminho. Sempre lembrando que "caminho feito já tem dono". Cada um constrói a si, cruza com os caminhos dos outros, aprende, joga, aguarda a sua vez. Segue.

E assim vai.

Pode parecer um jogo ruim, chato. Mas, quando observares tudo o que acontece, vais ver que é um jogo engraçado. Um filme de comédia com lição de moral no final. Tudo depende da interpretação e de como lês as regras.


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Talvez seguir andando sem rumo seja o meu caminho predileto. "Vou por aqui", penso. E vou.

Ando mudando. Percebi isso hoje. Ultimamente, evitava pessoas. Hoje fui ao seu encontro, não que as conhecesse e tivesse vontade de trocar palavras. Fui ao seu encontro, e só. E segui, logo após. Se elas me perceberam, nem sei. Eu as percebi. Inventei histórias para elas. E invejei a criança que caiu na minha frente, e mesmo assim manteve o maior e mais confortável dos sorrisos.

20 de jun. de 2009

eu acabo de tomar a decisão mais difícil da minha vida.

indiferente se vai ser bom ou ruim de aqui para a frente, eu sei que no fim, no fim, tudo vai se ajeitar.

15 de jun. de 2009

viva la vida

Oi, meu nome é Diego. Eu não me perco em Curitiba, mas me perco dentro de um shopping. Fiquei hoooras caminhando de um lado pro outro do infeliz do shopping pra conseguir achar a praça de alimentação. O engraçado é que eu já tinha ido no referido e a praça foi a primeira coisa que eu cruzei. Shoppings em Curitiba são meio esquizofrênicos e resolvem mudar as coisas de lugar de um dia para o outro. Bom, devo ter sido motivo de diversão pros seguranças, que me viram, cada um, passar na frente deles no mínimo 3x. Fui motivo de diversão pra eu mesmo, aliás, por causa disso. Se os shoppings não são esquizofrênicos, eu que sou muito monga. Ok, deve ser a segunda opção.

Oi, meu nome é Diego. Eu confundo bob's com burger king. Talvez por causa de todas as voltas desbaratinadas dentro do shopping, fiquei meia hora olhando o cardápio do bob's e pensando "que dê-lhe o whooper?". Quando sentei na mesa, olhei pra placa do burger king à minha frente e entendi tudo. A vida demora, mas faz sentido. hehe.

Oi, meu nome é Diego. E eu gosto de quem vive a vida com a intensidade que ela merece. Quem fica pensando demais e com medo de seguir perde tudo. Quando tu te joga com intensidade pra vida, ela se joga de volta com o mesmo brilho e intensidade pra ti. Comprei minha passagem pra cwb em um impulso. Lembro de como foi. Fiquei em casa por uns 15 minutos contando o dinheiro pra ver se ia ser suficiente. O tempo foi se esgotando, tinha que decidir. Aí gritei bem alto "foda-se", comecei a rir e comprei as passagens. O foda-se melhor aplicado da vida. No outro dia acordei pensando "bah, não acredito que fiz isso! e agora?". Bom, né. Agora eu tinha que ir. Arriscado. Sair pra uma cidade onde tu não conhece nada. Nem ninguém. Mas que na real tu sempre quis conhecer. E sabe, as coisas não saem exatamente dentro do planejado e isso que é massa. Porque outras coisas bem mais legais acontecem nesses desvios dos planejamentos. Pessoas perdem muito tempo nos "what if". Bora se arriscar que ninguém tem nada a perder. Aliás, nesse pensamento de quem não tem nada a perder, vim, vi e vivi. Tudo isso que vivi aqui e que parece muito mais de uma semana, foi um dos períodos mais legais de toda a minha vida. Eu poderia ficar trancado no hotel pensando coisas ruins sobre os desvios do caminho. Pensando em coisas ruins. Pensando em "não quero ir embora". Vou embora amanhã, então vou viver o máximo que puder nessas horas que me faltam. Amanhã eu me preocupo com o resto. Ou não me preocupo. Preocupações e pensamentos ruins só atraem mais preocupações e pensamentos ruins. Pra que viver disso, né? Bora se arriscar sem medo de ser feliz. Não tou pregando viver uma vida de irresponsabilidades e de "foda-se a tudo". Mas, viver não faz mal a ninguém.

Oi, meu nome é Diego e eu amo Curitiba. É como se fosse um déja-vu constante andar pelas ruas dessa cidade. Tamanha a familiaridade nas ruas, nos prédios, nos olhares.

Oi, meu nome é Diego e eu não tenho mais medo.

Oi, meu nome é Diego. E a vida é massa.

13 de jun. de 2009

feels like home

É incrível a sensação de feels like home que eu tenho caminhando por essa cidade. Ou andando de ônibus por qualquer um dos bairros que eu já conheci. Todos os que parei, olhava os morros, as casas, o visual. Tudo me parece um pouco familiar. Hoje fiquei pensando um monte nisso, na verdade um pensamento que vem desde ontem. Curitiba, a quem não sabe, é a minha primeira ideia de "cidade" (aquelas ideias que a gente constrói quando criança, sabem?). Tinha um porta-retrato "Lembrança de Curitiba" na parede da cozinha, que meu pai tinha ganho da madrinha dele que morava aqui na época. E eu ficava olhando pra ele, quase todos os dias. E também vinham imagens na tv, não sei se por alguma novela ou pelo que, mas sempre apareciam o relógio das flores e o jardim botânico. Ficou na minha memória, certamente. Quando eu entrei no Jardim Botânico fiquei com olhos cheios de lágrimas. E não deu vontade de sair mais de lá. Do todo, o lugar é incrível mesmo. Enfim. Ontem eu saí daqui e fui pro hotel pelos motivos que eu bem citei no post anterior. Me deitei um pouco e deu preguiça de sair. Mas ah, eu já estava há um bom tempo sem fazer nada de noite, porque eu ia pro hotel com medo de caminhar pela cidade porque achava que sei lá, poderia ser perigoso. Não que não seja, mas não é taaaanto também. Tudo bem que eu saí cedo, mas vá. E ficar mais uma noite naquele cubículo que se chama "quarto 403" ia ser meio deprimente. E era sexta. Tudo bem que eu não faço isso em Pelotas. Mas era o largo da ordem, daí. O larrrrrgo. hehe Saí de casa, jantei e fui pra lá. A ideia era de voltar pro Schwarzwald mas, tava cheio. Aí fiquei em um bar que tinha do lado, maior e com muitas mesas na rua. A vontade de conversar com alguém era tanta que eu fiquei uma meia hora falando com um hippie velhinho montevideano que veio me oferecer a artesania dele. Foi tri, ele conhecia Pelotas e tudo mais. hehe. Disse pra eu voltar e falar com qualquer um de lá "conhece o Lula?" e reforçava com "não esquece, é igual ao nome do presidente". Aliás, quando ele disse "yo soy Lula", achei que iriamos travar uma discussão sobre política. But ok, ele saiu e eu continuei lá. Aí fui chamado pra uma mesa. Ora vejam só. Fiquei amigo de curitibanos de verdade. Quem conhece a cidade poderia dizer que isso é uma proeza, porque né, fechadões e tal. Mas sabe, nem noto. Acho educados, quietos, ninguém grita na rua. E aí foi, noites no largo. Curti. Talvez volte. Vi falar sobre o fato de "sempre acontece alguma coisa digna de história no largo", e pá, certamente acontece. Hoje dormi um pouco demais. Aí fui conhecer os lugares que ainda faltavam, dos desejados, o MON e o ópera de arame. E almocei em um restaurante mexicano lá perto do MON, que eu tinha catado na internet. Comi por 3 gerações e sobrou muita comida. No almoço eles só servem o "rodízio de pratos mexicanos", que na verdade eles depositam toda a espécie de comida que se originou no méxico em cima da tua mesa e tu tem que comer. Tirei fotos, e foram necessárias 3 para que coubessem todos os pratos. E tudo foi apimentado, incluindo o preço. heh. Mas valeu a pena. Agora voltei ao centro. Nunca peguem o ônibus de turismo em feriadões quando vierem pra cá. Além de lotado, se perde HORROOOOOORES de tempo nas fila. O ônibus na volta tava muito lotado. Minha coluna vertebral pediu demissão por justa causa. Então tá, feras. (só dá eu rindo sozinho na lan rause).

12 de jun. de 2009

e aí, fera, beleza, daí?

haha

o sotaque curitibano, ao menos o das pessoas com quem eu falei até agora, é uma mistura de bozena com mano do interior. Com uns 3 goles de leitE quentE.

Hoje de manhã acordei meio blé, por algumas coisas que não sairam dentro do planejado, e por estar há alguns dias sem trocar palavras com ninguém presencialmente, apenas poucas. O quarto do hotel não ajuda muito também hahaha. Aí peguei o mp3, ouvi algumas músicas e comecei a dançar na cama. Aí me levantei e comecei a dançar pelo quarto todo. E comecei a rir, e aí passou tudo. Olhei pro quarto, não é lá graaande coisa né. Pelo preço que tou pagando, tendo um chuveiro quente, uma cama confortável dentro dos padrões mínimos de confortabilidade e sendo limpo (tá, o mofo no teto do banheiro não conta mas shhh) nos padrões mínimos de limpeza, tá ok. Aí eu olhei pro quarto e comecei a rir, e a pensar "puta, que merda hein hahaha". E ok, quem me conhece, e quem não me conhece, que saibam que eu não ligo a mínima pra super luxos. Podendo dormir tá ok. Quem se preocupa muito com essas coisas esquece de cuidar de outras, tipo o espírito, ou o bem estar do ser. E eu me sinto bem. Muito bem. Eu rio de tudo. De demorarem a me atender no bar quando tou sozinho (sei lá se pensam que eu tou esperando alguém), ou de não ter com quem rir da pessoa que tá na mesa da frente fazendo coisas que são dignas de uma bela gargalhada. Sabe, eu não me importo. Eu sou feliz assim. Posso caminhar a tarde inteira e ficar meia hora escondido na marquise por causa das 4 estações em um dia curitibano só. Eu rio, sabe. Acho graça das coisas que a maioria das pessoas se preocuparia, ficaria ressabiada, como bem diria vovó. I'm the best friend of myself.
Aí fiquei dançando e quando vi, a água que eu tinha comprado ontem (na imersão à vida curitibana: vá ao supermercado, faça coisas de morador de uma cidade - voltarei a isso mais tarde, se me lembrar) estava cheia de bolhinhas, sendo que quando eu tava deitado ela estava normal. Significa muita coisa, e a giu e a nisia vão entender. Então eu tava acompanhado dançando. E fiquei feliz, tomei banho e comecei o dia.

Uma das maiores lições de vida foi aprender a usar o elevador titanic style do hotel. Sabe aqueles "sobe - desce"? Pois é, já sei guiar um. Se tudo der errado, viro ascensorista. Aprendi na marra, aliás, porque o cara da recepção que fica de noite tem preguiça de levar os hóspedes aos seus respectivos andares. Faz assim: entra, fecha a grade de fora, fecha a grade de dentro e mexe na alavanca, até o outro lado (o sobe). Ai ele sobe. Quando tu quer parar (aí é na sorte, já que os andares tão escritos errado nos entre-andares)dá um puxão na porta do elevador, mas tem que ter passado um pouco do andar, porque se não, a grade de fora não abre. Ontem eu fui umas 3 vezes do 3º pro 4º andar (o meu) pra conseguir fazer com que a grade do andar abrisse, sem obter sucesso. Aí eu parei no terceiro, forcei a fechadura e consegui abrir. Subi o resto pela escadaria e mandei o elevador pra baixo. Da próxima vez, eu consegui! Weeee!

Mas pra descer de noite, tem que ir pelas escadas, porque o cara da recepção se recusa a subir no elevador. Sério. haha.

Aí hoje eu iria no Ópera de Arame, com o ônibus da linha turismo, e já aproveitaria os tíquetes restantes pra ir no museu do olho espetado amanhã. Tive uma idéia GENIAL de ir pegar na parada do Guaíra. 2 ônibus passaram completamente abarrotados e não entrou ninguém. Aí tive a segunda idéia GENIAL do dia. Ir pra praça tiradentes, o início da linha. A fila quase fazia volta na praça. Aí desisti e fiquei caminhando pela cidade como se fosse um curitibano nativo. Foi legal. E nem me perdi nenhuma vez, já posso fazer caminhos alternativos e sempre me acho no final. Vamos ver né, se poderei falar isso terça-feira.

Não é um grande texto sobre novidades. Só umas coisas que tou pensando agora, enquanto tou DOIDO pra ir no banheiro depois dos 3 chopps no Schwarzwald, um bar alemão no largo da ordem, que me lembrou as festas que eu ia até meus.. 10 anos (a dos amigos dos meus pais, pelas músicas e tal).

Vi vários casais de namorados hoje, claro. Muitos buquês de rosas ambulantes. O casal que mais me tocou foi o de araras, no passeio público. Tirei fotos. Um tava coçando a cabeça do outro com o bico, um amor, não é mesmo, minha gente?

Tou amando demais essa cidade. Tou pensando em trocar minha passagem de volta por 5 balas 7 belo e uma vaca holandesa (já em fase de produzir leite, pra garantir um sustento inicial). Vou embora porque a vontade de ir no toalétchi tá muito grande e eu tou com vontade de rir por causa disso.

Sim, eu rio de tudo. Dane-se!

24 de mai. de 2009

a anita é minha conexão com o mundo real e eu amo ela de um tanto que é quase indescritível.

aí, na bosta, a gente ri horrores dos pacotes de emoticons do msn. oi, simples assim.