A névoa densa da noite prendia a sua alma do lado de fora da janela. Não queria dormir, ou talvez não conseguia. Se abrisse a janela, podia sentir a umidade adentrando suas narinas e fazendo com que seu corpo conjugasse aquele mesmo momento. Um dos mais densos nevoeiros já vistos desde que mora em Pelotas. Não conseguia enxergar sequer as torres da catedral, há menos de 100 metros de si.
Não, não é um relato que reclama deste fato. Até porque a névoa em Satolep é um dos fenômenos mais bonitos que ele pode visualizar no tão adorado inverno. Pela noite tudo fica ainda mais bonito. Tons alaranjados. A cidade fica clara, ilumiada por ela mesma. Desta vez, porém, nem a luz parecia ter força suficiente para enviar sua energia, e um manto negro de vapores. E mesmo tendo que acordar cedo, este clima todo o envolvia e o chamava para o lado de fora, compartilhar de toda aquela beleza. O coração batia forte, convidava a alma para explorar aquilo. Não fosse seu compromisso que começaria antes do sol pensar em expor seus primeiros raios, ele teria saído para a rua misturar-se àquele clima. A persiana ficou toda aberta e o vidro embaçou. E nessa janela ele escreveu seus desejos momentâneos que se apagaram quando a névoa foi embora: agora fazem parte dela e não vão se dissipar tão cedo. E bastaram 3 horas de sono para tudo aquilo ir embora. Será que foi tudo parte de um sonho?
1 de jul. de 2008
sobre nevoeiros densos.
Postado por diego w. às 11:34 6 comentários
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